É isso aí pessoal. Hoje estamos velhos, bem estabelecidos e não temos mais aquela energia sexual de antigamente e, portanto, temos mais tempo para ficar em frente à internet discutindo temas como "O que é rockabilly" e "quem é e quem não é". Essa lista de discussão está gerando mais pedidos de divórcio que baile de carnaval. Aumentou também a venda de sofás nas regiões de grande concentração de topetes.
Brincadeiras à parte, gostaria de compartilhar com vocês essa grande ferramenta para quem quer conhecer mais sobre rockabilly e temas relacionados, como rocnk´n roll anos 50 e 60, kustom kulture, pin ups e assuntos que sempre nos agradam. O grupo foi criado originalmente como "ROCKABILLY BRASIL" pelo Billy Joe, da banda Old Stuff e, após muita discussão (mesmo!), ele deixou a moderação para o Victor Rodder (da Annie & The Malagueta Boys), que nomeou seu primeiro ministro Max Merege. Mais pessoas passaram pela batata quente, mas as intrigas do poder permitiram que a situação se assentasse sobre pessoas com excelente conhecimento sobre o tema.
O grupo de discussão, que agora foi renomeado como "MOON DOG SHOW - ROCKABILLY & AFINS" se tornou uma modernização da antiga lista de discussão homônima do yahoo groups, criada em 1996 e que foi o principal canal de comunicação e compartilhamento de idéias e músicas com temática fifties até o advento dos canais sociais como orkut e, agora, o facebook. Como processo natural de continuidade, está trazendo velhas novidades e novas tradições para o povo internetopético!
Pois bem, entre AGORA no grupo de discussão, que está fervendo de informações e de muito bom humor negro. Solicitem sua admissão e entrem com cuidado, pois lá é nitroglicerina pura. Quem quiser entrar e aprender com os veteranos brasileiros, encontrarão uma boa oportunidade. Quem quiser entrar pra discutir, também encontrará boas oportunidades rsrsrsr SEJA BEM VINDO, MAS NÃO SE SINTA EM CASA
Porque MOON DOG SHOW???
Após a guerra os EUA viram uma explosão de consumo, gerada pela estabilidade econômica Norte Americana e pela enxurrada de invenções mirabolantes, fruto do grande avanço tecnológico proporcionado durante o período anterior.
Neste cenário havia um personagem que não se encaixava bem. Era o jovem de classe média alta, que podia ter de tudo, mas que ainda não possuía uma voz, uma bandeira (e você que certamente é ou já foi adolescente sabe como isso é importante), e foi neste contexto que os pais viram “estupefatos”, seus filhos comprando e ouvindo "race records" – discos gravados por negros e para negros.
Alguns jovens faziam isso por pura rebeldia, pelo mero gosto da contravenção, já que o preconceito racial era muito mais do que dominante! Porém, acredito que os EUA já começam a abrir seu olhos e principalmente os ouvidos, e descobrir que a musica dos negros sim, era algo que embalava, agitava e fazia todos dançar! Os jovens já estavam cansados de Glenn Miller e Cia, já buscavam no be-bop e no jazz acelerado de alguns precursores revolucionários, alternativas para aquela mesmisse que descendia da música clássica! E não importava como os jovens conseguiam ouvir seus discos: Alguns arrancavam o selo do disco, colocando-o em capas de disco de cantores brancos, outros escondiam embaixo da cama... o fato é que cada vez mais brancos consumiam musica negra... e o “quente” eram aquelas músicas.
De olho nesta garotada estavam os DJ’s da época, entre eles o homem que viria a se tornar uma lenda: Alan Freed. Em 1951 Freed trabalhava na Estação de Rádio WJW de Cleveland - Ohio, onde alegava ter tocado e nominado pela primeira vez aquela estranha música, o Rock and Roll.
A verdade é que Alan Freed já vinha se popularizando por tocar em sua programação “Hot Jazz” e musica pop/contemporânea, e depois de receber a dica do dono de uma loja de discos, sobre a quantidade de jovens brancos comprando os race records, uma luz se acendeu.
Aí, em 11 de julho de 1951, Freed entrou no ar se auto-denominando “moondog” e lascou música de negão na programação “careta” da rádio, passando a chamar aquilo de Rock and Roll alguns programas depois, na tentativa de “maquiar” o nome rhythm blues dos race records!
O engraçado e talvez uma das razões pro nome ter pego foi o fato de que entre outras coisas, Rock and Roll era uma gíria negra para o ato sexual!
O programa se chamaria Moondog Show, passando mais tarde a se chamar Moondog's Rock 'n' Roll Party e Moondog House Rock’n’Roll Party.
Já ouvi varias versões de como Alan Freed teria chegado a esse nome, mas as mais verossímeis pra mim são: a de que ele ouviu a letra de um velho Blues da década de 20 (pra ser exato, de Trixie Smith em 1923) que foi relançado depois da guerra por Big Joe Turner e que era mais ou menos assim: "My baby she rocks me with a steady roll"; e a versão que diz que Alan teria se influenciado pela música "Sixty Minute Man" gravada em 1951 por um grupo vocal negro chamado The Dominoes e que se tornou sucesso numero 1 nas paradas R&B e #17 no pop hits.
O rock and roll de fato não era novidade. Nem o termo, muito menos o som.... Só que não era “popular” e ninguém ainda tinha tido “peito” pra tocar ele em uma radio branca, ou usá-lo com definição pra um estilo de musica.
Em 1934, por exemplo, as Boswell Sisters gravaram um hit chamado “Rock and Roll”, referindo-se ao balançar dos barcos no mar... (eu prefiro a outra versão... heheh)
Particularmente e sem embasamento teórico ou histórico nenhum, eu acho que Freed após inadvertidamente ter tocado por algumas semanas musica negra em seu programa de rádio, acabou sendo confrontando por algum cacique local, tipo: ALAN! VOCÊ ANDA TOCANDO RHYTHM BLUES EM NOSSA RÁDIO? E ele mais do que depressa lascou: Rhythm Blues? Eeeeeeeuuuuuuuuu? Maaaaaassssss é claro que não! Jamais! Isso ae é Rock and Roll, um estilo novo!
(Victor Rodder)
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