Movimento rockabilly ainda resiste na região
Luciane Mediato
Especial para o Diário
Quem já esbarrou em um topetudo de costeletas ou em uma pin-up pode ter tido a sensação de voltar no tempo. Eles são adeptos da música e do estilo de vida rockabilly. Ou rocker. O ritmo tornou-se conhecido nos anos 1950. Durante a década, foi impulsionado por batidas atrativas e guitarras e contrabaixos acústicos tocados pela técnica slap-back (em que se ‘bate' nas cordas).
Vocalista do Ready Teds, Danilo Ribeiro conta que o interesse pelo estilo surgiu na adolescência. "Quando tinha 14 anos comecei a pesquisar a origem das bandas que me inspiravam. Assim conheci artistas como Buddy Holly, Eddie Cochran e Gene Vincent. Depois incorporei o visual, com jaqueta de couro e costeleta".
Bandas atuais de rockabilly usam componentes característicos da época: penteado, roupas retrô, o slap do contrabaixo e o finger-pickin na guitarra. Tudo acompanhado pelos fãs.
MÚSICA E ACESSÓRIOS
"O que me atrai a reviver o passado é a inocência. A sociedade tinha um modo de viver mais simples. Basta ouvir a música 'My Love', de Johnny Ace, que qualquer um pode entender esse período", diz Ribeiro.
Já para a vocalista da Lady Cat, Larissa Montagner, o interesse surgiu naturalmente. "Sempre gostei de rock. Ouvia punk, hardcore e depois passei para o ska e swing. Daí para o rockabilly foi um pulo. Fui conhecendo bandas e descobrindo o movimento no Brasil. Hoje tenho meu grupo e loja retrô. Vivo no estilo old school."
Os longas-metragens também inspiraram a pin-up Priscila Ferrari, que teve o primeiro contato com o gênero no clássico 'Grease - Nos Tempos da Brilhantina' (1978). "Depois desse filme passei a me interessar pela estética das lanchonetes da época. A partir da pesquisa, conheci melhor o rockabilly. Há quatro anos o visual foi adotado, a princípio com pequenos detalhes, como lenços, cabelo mais ondulado (à Marilyn Monroe) e maquiagem no estilo (batom vermelho e delineador definido). Atualmente uso vestidos marcados e rodados e saias de cintura alta."
Mais que culto nostálgico, o estilo rocker se tornou modo de vida diário e dinâmico. Ser rockabilly é sentir a música e ter certeza de que não é algo passageiro. É trazer para o dia a dia a diversão e a ousadia de 1950, ter atitudes diferentes do padrão vendido pela cultura atual. Afinal ser igual e ter padrões é chato.
Ícones sobrevivem aos anos
Embora o marco do rockabilly esteja nos anos 1950, quando Bill Haley começou a misturar jump blues com electric country, pode-se dizer que o gênero é cria da música country da década anterior, com artistas como Tennessee Ernie Ford (Smokey Mountain Boogie), Hank Williams (Rootie Tootie) e Merle Travis (Sixteen Tons).
'Rock Around The Clock', sucesso de Bill Haley em 1954, foi o ponto de partida do estilo, e catapultou as carreiras de diversos artistas do rockabilly. No mesmo ano, entretanto, um cantor chamado Elvis Presley iniciou a verdadeira popularização do gênero com uma série de gravações lançadas pela Sun Records.
Outra estrela do rock country foi Johnny Cash, cantor e compositor norte-americano, conhecido por seus fãs como "O Homem de Preto". Em uma carreira que durou quase cinco décadas, ele foi para muitos a personificação do ritmo. Sua voz sepulcral e o distintivo som "boom chicka boom" de sua banda de apoio 'Tennessee Two' são algumas de suas marcas registradas.
Além dos cantores, um ícone da cultura e do estilo rockabilly é a pin-up Bettie Page, chamada de ‘Rainha das Pin-ups'. Seu visual, identificado principalmente pelos cabelos pretos lustrosos e a franjinha, influenciaram dezenas de artistas. Page foi também uma das primeiras Playmates da Playboy'. Saiu na edição de janeiro de 1955. A musa do cinema Marilyn Monroe também deixou registrada a sua marca de sensualidade.
Atualmente, a maior representante dessa estética é a artista burlesca norte-americana Dita Von Teese. Fetichista assumida, ela é responsável pela tradução de toda influência dessa época para a contemporaneidade.
Embora o marco do rockabilly esteja nos anos 1950, quando Bill Haley começou a misturar jump blues com electric country, pode-se dizer que o gênero é cria da música country da década anterior, com artistas como Tennessee Ernie Ford (Smokey Mountain Boogie), Hank Williams (Rootie Tootie) e Merle Travis (Sixteen Tons).
'Rock Around The Clock', sucesso de Bill Haley em 1954, foi o ponto de partida do estilo, e catapultou as carreiras de diversos artistas do rockabilly. No mesmo ano, entretanto, um cantor chamado Elvis Presley iniciou a verdadeira popularização do gênero com uma série de gravações lançadas pela Sun Records.
Outra estrela do rock country foi Johnny Cash, cantor e compositor norte-americano, conhecido por seus fãs como "O Homem de Preto". Em uma carreira que durou quase cinco décadas, ele foi para muitos a personificação do ritmo. Sua voz sepulcral e o distintivo som "boom chicka boom" de sua banda de apoio 'Tennessee Two' são algumas de suas marcas registradas.
Além dos cantores, um ícone da cultura e do estilo rockabilly é a pin-up Bettie Page, chamada de ‘Rainha das Pin-ups'. Seu visual, identificado principalmente pelos cabelos pretos lustrosos e a franjinha, influenciaram dezenas de artistas. Page foi também uma das primeiras Playmates da Playboy'. Saiu na edição de janeiro de 1955. A musa do cinema Marilyn Monroe também deixou registrada a sua marca de sensualidade.
Atualmente, a maior representante dessa estética é a artista burlesca norte-americana Dita Von Teese. Fetichista assumida, ela é responsável pela tradução de toda influência dessa época para a contemporaneidade.
Filhos do rock and roll
O psychobilly é um gênero musical geralmente descrito como a mistura entre o punk do fim dos anos 1970 e o rockabilly dos anos 1950. É também caracterizado pelas referências a filmes de terror e assuntos como violência e sexualidade.
A precursora do ritmo na América Latina é a Kães-Vadius, banda de São Caetano. O grupo existe há 24 anos e é formado Hulkabilly (voz), Arroz From Hell (guitarra), Felipe INRI (baixo) e Fábio Koveiro (bateria).
"A gente começou na época em que estava tendo uma releitura de vários gêneros como jazz e blues, mas o rockabilly não estava sendo mudado ainda. E queríamos fazer uma versão do rock sem ser Jovem Guarda e cantar em português. Usamos como referências os nossos gostos por filmes de terror e pelos músicos que a gente gostava, como Alice Cooper, e Pink Floyd. Acredito que quando começamos, em 1980, a juventude se engajava mais e discutia melhor a situação", comenta Hulkabilly.
O termo psychobilly foi usado pela primeira vez por Johnny Cash em sua canção 'One Piece at Time', sucesso de 1976. Passaria a definir o gênero alguns anos depois, quando o The Cramps descreveu sua música como ‘psychobilly' e ‘voodoo rockabilly' nos pôsteres de seus shows. Embora o Cramps tenha rejeitado a ideia de ser parte do cenário psychobilly, são eles, juntamente com Screamin' Jay Hawkins, The Stray Cats e Motörhead, os considerados precursores do gênero.
O psychobilly é um gênero musical geralmente descrito como a mistura entre o punk do fim dos anos 1970 e o rockabilly dos anos 1950. É também caracterizado pelas referências a filmes de terror e assuntos como violência e sexualidade.
A precursora do ritmo na América Latina é a Kães-Vadius, banda de São Caetano. O grupo existe há 24 anos e é formado Hulkabilly (voz), Arroz From Hell (guitarra), Felipe INRI (baixo) e Fábio Koveiro (bateria).
"A gente começou na época em que estava tendo uma releitura de vários gêneros como jazz e blues, mas o rockabilly não estava sendo mudado ainda. E queríamos fazer uma versão do rock sem ser Jovem Guarda e cantar em português. Usamos como referências os nossos gostos por filmes de terror e pelos músicos que a gente gostava, como Alice Cooper, e Pink Floyd. Acredito que quando começamos, em 1980, a juventude se engajava mais e discutia melhor a situação", comenta Hulkabilly.
O termo psychobilly foi usado pela primeira vez por Johnny Cash em sua canção 'One Piece at Time', sucesso de 1976. Passaria a definir o gênero alguns anos depois, quando o The Cramps descreveu sua música como ‘psychobilly' e ‘voodoo rockabilly' nos pôsteres de seus shows. Embora o Cramps tenha rejeitado a ideia de ser parte do cenário psychobilly, são eles, juntamente com Screamin' Jay Hawkins, The Stray Cats e Motörhead, os considerados precursores do gênero.
2 comments:
No ultimo paragrafo: "Motörhead é considerado um dos precursores do Psychobilly!!!" EHEHEHEH....Curti a Matéria
Olá aos seguidores do Rock. Sou além de um admirador do Rock Roll um leitor das reportagens da Luciane..... A qual tem um genero único de explanar com muita alma todo e qualquer assunto...
Porem pasmem, hoje ela esta sem veiculo para poder expor as suas reportagens...e poder
enriquecer a todos que curtem uma boa leitura seja de show de apresentações musicais...
Enfim peço a todos quer curtem as suas reportagens deem um força a ela para que volte aos meios de comunicação.
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