DALE WATSON é uma estrela entre os apreciadores de outlaw country, um nome pouco conhecido entre os apreciadores de country tradicional e um total desconhecido no circuito country pop. Ele faz questão de ser assim: tradicional e avesso a modernidades. Não que ele deixe de reconhecer bons cantores e bandas countries atualmente, pois se derrama em elogios, por exemplo, ao Dwight Yoakam, grande cantor mainstream do country.
Porém, Dale Watson é aquele cara "roots", aquele cantor que vive pelo country e pelo estilo de vida simples do campo e das estradas. Ele dirige um caminhão, mora no campo, e se revolta quando uma estrelinha põe um chapéu e se diz country, sem nunca ter visto um cavalo. Por isso, ele já declarou que a country music morreu, até mesmo na arte da capa do seu disco chamado "Do berço ao túmulo".
Não ache que isso faz dele um artista limitado. O estilo de suas músicas pode soar sombrio como um Johnny Cash, sua declarada inspiração, ou mesmo ser dançável e alegre em suas canções de "western swing". Watson é um perfeccionista em sua própria arte e sua paleta tem muita diversidade.
Então, ele é apenas um cara revoltado com o caminho que as coisas tomaram, quando rostos bonitos ganham dinheiro com as criações dos rostos suados dos cantores tradicionais (algo muito visto aqui, quando o estilo sertanejo clássico virou "moda de viola" para não ser confundido como "sertanejo universitário").
Mas ele não luta contra o enxame de "abêias", ele apenas dá as costas à CMT e toda a Nashville Country e faz seu próprio circuito musical. Embora ame o country, ele abdicou do título, para não ser confundido com os posers. Quando se pergunta a Dale Watson qual seu estilo musical ele responde: "AMERIPOLITAN".
Em uma antiga entrevista, Dale Watson explicou o que é AMERIPOLITAN:
"Estive tentando pensar em uma palavra que descrevesse o tipo de música que eu faço e gosto, porque as pessoas sempre me perguntam, quando estamos na estrada com o ônibus, e eles não reconhecem o nome. Se eu lhes falo que é country, isso dá uma imagem errada do que eu estou fazendo. Eles automaticamente pensam nos Top 40, coisas do estilo de Toby Keith. Não importa que palavra você ponha em frente a isso - real ou tradicional - porque a única coisa que o mainstream sabe aproveitar é o mainstream; Kenny Chesney e todo esse lixo.
Eu gosto de categorias e sempre gostei. É por isso que existe chocolate escuro, chocolate amargo e chocolate sem açúcar; mas se você puser lá apenas 'chocolate', não vai apelar para o que as pessoas procuram, porque é muito vago. Eu preciso de um nome que, quando as pessoas ouçam, nunca tenham uma definição pré-concebida dele. Se você não lhes der categorias, as pessoas saem esperando uma coisa e levam outra.
(Ameripolitan) é um gênero muito estreito - Kenny Chsney nunca caberia lá, tampouco Taylor Swift . Tem que ser uma música original, com influência proeminente das raízes. Alison Krauss estaria lá, e também Dwight Yoakam.
Penso que é provavelmente um clube mais exclusivo do que inclusivo, mas sem apologia. Penso que é onde Nashville a entidade que é o country music fizeram seu pior erro. Para qualquer um que ponha um chapéu, enquanto eles estejam fazendo dinheiro, eles dizem: 'Ok, você é country'. Então, eles põem o Kevin Costner no Grand Ole Opry, e Darius Rucker repentinamene decide ser country.É como se a água chamasse a si própria de whiskey e as pessoas que a fazem dissessem: 'OK, vamos apenas engarrafá-la. Isso pode até ser chamado de whiskey, mas não é o tipo de whiskey que eu quero beber." (fonte: HYENA RECORDS)
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