terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

CAIO DURAZZO POR CARL HORTON - E VICE-VERSA


Odeio entrevistas que não perguntam nada. Juntos, Caio e eu, a Crazy Legs e o Dixie Bar, passamos por recente desgosto com as entrevistas da grande mídia, quando gravamos o programa A LIGA, que foi ao ar pela TV Bandeirantes na metade do ano passado e recentemente, em reprise. Dessa vez, vou perguntar até a cor da cueca da sorte desse músico infernal para mostrar aos repórteres experientes como se faz uma entrevista de música. Estamos inaugurando a versão “fanzine” do Máfia Rocker!


CAIO DURAZZO é músico, professor de guitarra e radialista. Vive exclusivamente da música, o que é um privilégio raro, mas também representa uma luta diária pela grana. É casado com Nádia e “pai” de uma cadelinha basset chamada Lucy Bell, que ele carrega para todo lado com muito orgulho. Um incorrigível boca-suja nos shows solo e um gentleman quando toca com a banda. Mora em São Paulo, mas esbanja simplicidade e se sente em casa no interior paulista, especialmente em Salto, onde toca pelo menos duas vezes por ano. Vamos ver as histórias que esse causador de histórias tem a contar.

MR: CAIO DURAZZO x CARL HORTON: quem prevalece? Carl Horton é uma personagem a ser interpretada ou é apenas o velho Caio com um nome artístico?
CAIO: Caio Durazzo! Quando entrei na Crazy Legs, Sonny Rocker me deu o nome de Carl Horton, pois na banda todos nós temos um nome artístico. Então uso o Carl Horton exclusivamente na Crazy Legs. Mas fora isso, todos me conhecem por Caio Durazzo e me chamam de Caio, Caião, Caieiras, Caiones, etc. Tanto é que meu site é caiodurazzo.com

MR: Você resolveu fazer da música seu ganha pão. Em que momento você pegou pela primeira vez a guitarra e pensou: “eu posso fazer disso minha profissão”?
CAIO: Na verdade eu sempre pensei, sonhei, acreditei e persisti, martelando no mesmo local por anos. As coisas foram acontecendo naturalmente pelo fato de eu sempre ter essa vontade. As bandas, os acústicos, as aulas, fui me envolvendo com tudo que estivesse ligado à música. Eu me sinto privilegiado, pois transformei meu hobby em profissão. Cada mês é um mês, é muito difícil viver só de música. Se eu dependesse só de shows, não daria certo. Ou só dos acústicos, ou só das aulas, então encontrei a opção de fazer tudo isso ao mesmo tempo pra poder me manter do que eu realmente gosto. Não me imagino fazendo outra coisa. Bater cartão me dá até pavor! Passo mal só de pensar!

MR: No começo, quando escolheu viver de música, você teve apoio de sua família? É necessário ter apoio familiar ou é possível se impor contra todos numa escolha tão difícil de rumos?
CAIO: Minha mãe e meu pai nunca chegaram pra mim no começo e falaram: “puta, que legal filhão! Vamos fazer uma festa e contratar a sua banda!”. Isso não existe, né cara? Mas foi meu pai quem me deu a 1ª guitarra em 1989. Eles só não achavam que eu ia levar tão à sério. Não sei como seria se eu não tivesse apoio nenhum. Eu sou o tipo do cara que pensa que família é importante pra tudo. Hoje em dia meus pais vão nos shows da banda. E outra: mãe é mãe e paca é paca!

MR: Já sabemos que sua esposa Nádia apóia e participa integralmente de seu “way of life”. Mas aos finais de semana, enquanto todos estão se divertindo, você está trabalhando. Ser músico profissional atrapalha a vida social?
CAIO: Mas é aí que eu me divirto, Gio! Eu só saio pra tocar! Eu me divirto tocando! Sempre fui assim, desde a adolescência. Amo o que faço! A cada show que faço, a cada cidade que entro é sempre muito foda! Ver toda a galera se divertindo com o seu show e ainda ficar amigo de diversas pessoas, manter contato com elas e sempre que retorno ...vale à pena!

MR: Desde a sua banda no colegial, em quantos outros projetos musicais você esteve envolvido até hoje? Fale-nos um pouco de cada um, dos estilos musicais e da importância desses períodos na sua vida.
CAIO: Em vários, talvez não me lembre de todos! Minha primeira banda foi em 1990, com músicas próprias, em português e não existia baixista. Chamava-se Phoenix Rock. Meu primeiro show foi em 1991. Montei também a banda Os Veio, músicas autorais, rock and roll em português e durou de 1994 a 1998/99. Gravamos um disco chamado Eu só sei mesmo é andar na estrada do Rock and Roll. O disco tem 10 faixas, todas autorais.
Em 2001, junto com Paulão das Velhas Virgens, montei a Rock Talk Band. Nessa banda tocavamos músicas dos anos 50. Tenho apenas gravações ao vivo desse trabalho.
Foi sensacional dividir o palco com Paulão!!! Ele é o cara!
Já em 2002, montei a Galaxie 500, umas das bandas que mais tenho orgulho de ter montado e participado. Temos um Cd demo, com 09 faixas autorais e em português.
Você pode ouvi-las no Palco MP3/Banda Galaxie 500. A banda durou até 2006
Estamos pensando em fazer alguns shows este ano!
Em Fevereiro de 2005, entrei para a Crazy Legs onde estou até hoje e com certeza foi e é o trabalho mais importante na minha carreira musical. Hoje com 06 anos de banda me sinto um verdadeiro Crazy Legs!!!
Em março de  2006, entrei na banda Made In Brazil! Toquei guitarra para eles até agosto de 2008 Fizemos várias Tours pelo pais!  Gravei o álbum Rock de Verdade e sem dúvida essa banda foi uma escola de rock para mim. Made in Brazil só pra tocar Rock and Roll!
2007, entrei para o Hideaway Cats onde fiquei até 2008. Fizemos a Europa e os EUA.
Para 2011, estou com novos projetos......um trio de Rock and Roll que provavelmente se chame Two Bonés. Já estamos ensaiando! Musicas autorais em português.
Vamo ver no que vai dar!!!!
Ahhhh, sim...o acústico existe desde 1994!


MR: Em que momento você se descobriu “rockabilly”? Houve um momento em que você pensou em seguir um outro estilo de vida ou que suas bandas tivessem exigido de você uma postura não condizente com o visual rocker?
CAIO: Descobri quando eu tinha uns 23 anos. Antes de conhecer o rockabilly, escutei vários tipos de música. Eu nem tinha idéia do que era rockabilly. Só que uma coisa leva à outra. Você vai ouvindo umas bandas que falam sobre alguns artistas e aí você vai atrás. Vai lendo revistas, fanzines e quer queira, quer não, o rockabilly vai de encontro à você. E aí você pira de vez! Me encontrei e hoje vejo como uma opção, um estilo de vida.

MR: Quais foram suas maiores influências musicais?
CAIO: Chuck Berry, Eddie Cochran, Gene Vincent, Charlie Gracie, Carl Perkins, Johnny Burnette, Buddy Holly e Restless e tudo o que o Mark Harman faz.

MR: Você teve o privilégio de tocar com James Burton, antigo guitarrista do Elvis Presley (que usava um violão em palco mais de enfeite do que de instrumento). Ele foi uma influência?
CAIO: Não. Mesmo porque o guitarrista do Elvis que eu mais gosto é o Scott Moore. Curto tudo do Elvis, mas o que eu mais escuto, inevitavelmente, é a primeira fase dele, dos anos 50. James Burton foi o último guitarrista do Elvis, de 69 a 77. Lógico que ele deixou sua marca e é um guitarrista único. A turnê que fiz com ele no Brasil foi animal! Foi realmente um privilégio! Sempre ficará guardado na minha lembrança.

MR: Crazy Legs é, sem dúvida, a banda ativa mais importante no cenário rockabilly. Como foi sua entrada na banda? O que a banda representa para você e para a cena rocker?
CAIO: Em 25 de fevereiro de 2005 recebi um telefonema do Sonny. Durante a conversa ele me perguntou qual o  melhor dia pra nos encontrarmos. Eu disse: Hoje, agora! Sempre fui fã da banda, tinha os CDs e já tinha visto shows com as 2 formações anteriores e jamais ia imaginar – nem no meu sonho mais louco – que eu seria vocalista e guitarrista da banda Crazy Legs. Ainda hoje tenho o mesmo tesão e me sinto um verdadeiro Crazy fucking Legs. O sonho virou realidade!

MR: A Crazy Legs teve dois vocalistas antes de sua entrada. Como é interpretar músicas que foram gravadas originalmente com outros vocais? O público cobra ou elogia essa diferença?
CAIO: Essa é uma peculiaridade minha. Desde que comecei a cantar no meu quarto com meu violão, todas as músicas que vou tocar e cantar, eu só tiro a música  e o resto faço do meu jeito, independente do artista. Tento até não escutar mais a música original. Odeio cover, com o mesmo solo, não funciono assim. Eu interpreto. I‘m an easy going Guy, but I’m always gonna have my way (Eddie Cochran). Quanto ao público, o que eu percebo é que existe de tudo. Tem gente que prefere a primeira formação, outros preferem a segunda, outros preferem a terceira e para outras é indiferente e o que importa é a Crazy estar viva. Continuamos a gravar, a compor, a excursionar por diversos estados e países afora. Acho que todo mundo teve sua importância na Crazy Legs.

MR: Uma banda é uma família. Não deve ser fácil ter que excursionar com uma banda em turnê se não houver integração entre os músicos. Você já era amigo do McCoy e do Sonny antes de sua entrada no Crazy Legs? Já havia trabalhado com eles em outros projetos? Como é a sintonia entre vocês?
CAIO: Uma banda é realmente uma família, irmãos de diferentes mães. Eu não conhecia pessoalmente nem o Sonny e nem o Mc Coy. Como já disse, já cheguei à ver diversos shows da Crazy Legs. Certa vez nos trombamos num show que era do Galaxie 500 e Los tornados e trocamos uma breve idéia. Quem me indicou para a banda foi o contrabaixista Lu Stopa que era na época baixista do Marcelo Nova e da minha antiga banda Galaxie 500. Sou um cara de poucos amigos. Considero o Sonny e o Mc Coy verdadeiros amigos, irmãos e cúmplices. Eles são simplesmente os caras que apostaram em mim. Acho que desde o dia que nos encontramos na padaria pra falar do teste para eu entrar na banda, nossa amizade se tornou verdadeira e forte ali. Sei que posso contar com eles.

MR: Paralelamente à Crazy Legs, você desenvolve o projeto solo Acoustic 50´s. É mais fácil tocar e agendar shows sozinho ou com banda?
CAIO: Depende do lugar, do contratante, do interesse. Há lugares que eu toco e que sempre será com a Crazy Legs, porque são lugares que só contratam bandas, como há lugares que sempre será acústico. O que eu posso dizer é que eu amo fazer os acústicos, mas amo também os shows que faço com a banda. Pra mim o importante é tocar.

MR: Como está essa sua nova pira, de transformar o projeto Acoustic 50´s em one-man band?
CAIO: Está em fase de construção.

MR: Você já tocou na histórica Made in Brazil e fez apresentações com banda de apoio de músicos proeminentes como Alex Valenzi, Marcelo Nova e James Burton. Qual é a sensação de tocar preso ao repertório de outros músicos?  O repertório pronto atrapalha a criatividade ou facilita o trabalho?
CAIO: Quando você gosta da banda, é muito legal tocar o repertório dela. No meu caso não atrapalha a criatividade, porque eu sempre faço do meu jeito. Os solos, os arranjos. Por exemplo: quando eu entrei no Made in Brazil, dei a cara rockabilly aos solos. Você pode checar isso no cd Rock de Verdade – último álbum do Made, nas faixas que eu gravei: Tô Ligado, Rock de Verdade e outras.

MR: Crazy Legs está no cast de 2011 do maior festival anual de rockabilly, o Viva Las Vegas (Nevada, EUA). É muita responsabilidade? O inglês que você canta aqui é o mesmo inglês que você canta lá? Você tocaria “Polícia” no capô de uma viatura policial gringa (rsrs)?
CAIO: Eu não vejo a hora de subir naquele palco. É uma puta responsabilidade, como em qualquer show. Tocar num festival desses define muita coisa para a banda. É ou tudo ou nada! Quanto ao inglês, é o mesmo em qualquer lugar, só que lá a gente só toca música própria. Como fizemos no ano passado nos shows na Europa (França e Alemanha). Gio, nem na sua cidade eu imaginei que eu subiria no capô da polícia. São coisas de momento. Aconteceu tudo aquilo. Nesse exato momento eu não subiria em viatura nenhuma, mas quando chega o momento que tá todo mundo envolvido no som, o auge do rock n’ roll, aí você sabe, deito no chão, quebro copo na cabeça e se tiver uma viatura por perto, vou com tudo.

MR: Rock em português é mais fácil que rock em inglês? Como você escolhe uma música nacional para compor um “set list” que privilegia clássicos norte-americanos?
CAIO: Rockabilly acho que funciona melhor em inglês, mas rock n’ roll fica melhor em português. Nos meus shows acústicos não costumo fazer setlist. Toco o que vem na minha cabeça. Já na Crazy Legs, o show é 80% de músicas autorais e o resto são versões de bandas e artistas norte-americanos. Não fazemos músicas em português na Crazy Legs.

MR: Você já tocou para platéias norte-americanas e européias. Esses públicos são diferentes entre si? Como eles se sentem ao assistir um show de uma banda latino-americana?
CAIO: São e muito! Eu particularmente achei a Europa muito foda. Os europeus são radicais e conhecem a fundo o som. Sabem quem são os músicos que tocam com os artistas e vibram muito quando assistem à um show que gostam. São mais calorosos, mais parecidos com os brasileiros, abraçam, bebem junto, fiz muitos amigos na Europa. Já o público americano é mais reservado. Quando eu toquei no Viva Las Vegas em 2009, foi sensacional o show. O público adorou!! Não vejo a hora de chegar abril para poder fazer o show do Crazy Legs no Viva las Vegas de 2011. Tocar fora do nosso pais sempre será legal e todas as vezes fui muito bem recebido.
 
MR: Você gosta muito de tocar em Salto e, semana passada, até falou que pensa em se mudar para nossa amada cidade. Um show feito nas capitais é diferente de um show no interior?
CAIO: Sim, é completamente diferente. Na verdade, acho que toda banda que sai da sua cidade pra tocar em outra, é mais legal. Isso porque quando você mora na cidade, você acaba tocando muito lá. Chega uma hora em que você não é mais novidade e satura um pouco o público.

MR: Há quanto tempo você dá aulas de guitarra? A formação técnica é importante ou apenas a experiência e experimentação bastam? Aproveite para fazer sua propaganda!
CAIO: Comecei a dar aula em 96, mas foi em 99 que começou a dar certo. Pra dar aulas, a experiência já é o bastante, mas chega uma hora em que você se dá conta que a formação técnica se torna um diferencial. A guitarra é a minha ferramenta de trabalho, então até pros shows a formação técnica ajuda muito. É importante você conhecer bem a sua ferramenta de trabalho. Pra quem quiser ter aulas de guitarra e violão, dou aulas em São Paulo, em casa ou à domicílio. Para os interessados, acessem o meu site: www.caiodurazzo.com Lá você encontra tudo, inclusive meus contatos.

MR: Você já teve que parar de dar aulas para um aluno porque ele simplesmente não levava jeito para a coisa? É difícil comunicar isso para um aluno/cliente?
CAIO: Tem alunos que não levam jeito pra coisa, mas são muito esforçados e podem até chegar lá. Já outros que não levam jeito e vão se desinteressando, acabam parando sozinhos. Mas claro que em algum momento isso é discutido em aula, se ele tem o interesse em continuar ou não. Mas é uma conversa tranqüila.

MR: Nas suas aulas de guitarra, os alunos pedem para aprender a “tocar guitarra” ou para aprender a “tocar rockabilly”? Como é dar aulas para quem curte estilos musicais desagradáveis?
CAIO: Tenho vários tipos de aluno, tem aqueles que me procuram pelo rockabilly, mas também tem os que só querem aprender a tocar guitarra. Minha função é dar aula, então é normal. Desagradável seria eu ter que fazer um show com músicas que não curto.
 
MR: Como é um workshop específico de “rockabilly guitar”?
CAIO: O que diferencia é a linguagem. Tudo o que se aprende em guitarra, pode-se usar em diversos estilos. As escalas são as mesmas os acordes, a harmonia, etc.

MR: Em janeiro 2009 você deu uma entrevista à revista nacional Guitar Player e eu achei aquela matéria boa demais. É diferente dar uma entrevista para quem entende de música? Você tem que ter mais cuidado ao dar entrevista para um repórter ou programa que não entende nada de música?
CAIO: É diferente quando o assunto é específico sobre guitarra: acordes, escalas, intervalos musicais, porque a pessoa sabe do que você está falando. Agora, quanto à ter mais cuidado ao dar entrevista para um repórter ou programa que não entende nada de música, o que você falar ele pode interpretar errado. Não adianta você explicar. Aliás você lembra daquela merda do programa A Liga, explicamos, explicamos e aí...nada. É dar murro em ponta de faca.

MR: Muitos músicos precisam ser “endorsee” (patrocinados), para conseguir bons instrumentos, manutenção de seus equipamentos, de seu visual e para complementar a renda. Como é a política de patrocínio dos fabricantes de instrumento e de vestuário? Você já teve alguma experiência desagradável com patrocinadores?
CAIO: Eu tenho o apoio da Playtech e da Santo Angelo, que aliás está sendo uma maravilha pra mim. Problemas desagradáveis, só tive com patrocinadores pequenos que prometem o que não podem cumprir.

MR: Tive a oportunidade de ver na sua casa seu “arsenal” de violões, guitarras e microfones. Quantos instrumentos você têm? Quais são os mais importantes em termos de qualidade e de valor sentimental?
CAIO: Tenho cinco guitarras e tenho dois violões e todos são importantes pra mim em termos de qualidade e de valor. Meu set: Gibson ES 135 de 1995, Gretsch 5120 de 2006, Telecaster 06 de Tajima de 2000, Epiphone Emperror de 2000 e Memphis LesPaul de 2009 (uso exclusivamente pros alunos que não precisam trazer sua guitarra até a minha casa para ter aula). Violão Gretsch 2006 e violão Epiphone modelo Elvis de 2009.

MR: Como você decidiu fazer um programa de web-radio? Conte-nos como é produzir o seu programa e a repercussão dos ouvintes.
CAIO: O César, que trabalha na rádio Stay Rock, me conhece desde a época que eu tocava na banda Made in Brazil e ficou me convidando a mais ou menos um ano pra eu fazer o programa. Durante esse tempo todo recusei pelo fato de ter que editar e lidar com programas que achei que não ia conseguir fazer. Ele me ofereceu duas horas de rádio e, um belo dia, decidi tentar fazer um piloto e perguntei se poderia dividir as duas horas em dois programas. Bolei dois programas: um que se chama Marmitex, pra tocar rock n’ roll, rockabilly, garage, punk e pra tocar a banda de amigos e dar uma força pra quem está na batalha. O outro, chamei de Let’s Bop e convidei meu amigo de banda e parceiro, Fábio Mc Coy. Nesse programa tocamos rockabilly, Doo Wop, Surf Music...voltados pros anos 50. Ambos os programas tem já um ano e dois meses. Nos reunimos semanalmente para produzir e apresentar e a repercussão está sendo ótima. Tenho ouvintes do interior de SP, de outros estados e até de outros países, segundo informações que recebo da rádio on-line, durante a apresentação. Hoje em dia sou muito grato ao César e ao Renato da Stay Rock Brasil por me darem esta oportunidade.

MR: A modernidade me assusta. Você acha que a web-radio hoje superou a rádio convencional? Os arquivos MP3 superaram os vinis e mídias digitais? O que ainda vale a pena na modernidade e no conservadorismo?
CAIO: Eu não escuto rádio convencional, porque não tem nada que me interessa ali. Já programas de web-rádio são mais específicos, voltados pro mundo underground. Acho que na prática, ambos trazem vantagens. As rádios convencionais são mais acessadas pelo pessoal que houve no trânsito, mas as web-rádios têm abrangência global. Para mim os mp3 não superam os vinis. Na minha casa não superou.

MR: O rockabilly ressurge pelo menos todo fim de década, quando todas as experimentações se esgotam. O rockabilly é imortal? Apenas o rockabilly pode derrotar o MP3?
CAIO: Música é imortal. Os anos 50 já passaram, isso prova que é imortal.

Grato pela entrevista!

MAFIA ROCKER

2 comments:

Aline Lacroc disse...

FANTÁSTICO!!!!!!!
SEM PALAVRAS

Jefferson Santos disse...

Olá, Mafia Rocker!!! Gostaria de compartilhar o material que foi produzido recentemente com o músico Caio Durazzo! http://www.youtube.com/user/jeffersonsantostube Divirtam-se!!!

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