quinta-feira, 4 de novembro de 2010

STREETS OF FIRE - UMA FÁBULA DE ROCK AND ROLL

     Por acaso dei uma passada no Walmart hoje. De praxe, fui ver o que havia em DVD para instruir minha videoteca. A escolha de hoje foi RUAS DE FOGO - UMA FÁBULA DE ROCK AND ROLL (dezesseis pila$, estava bom demais).

     Para quem não conhece, vale a dica. É um filme típico dos anos 80, misturando boa música, ação e nada de bom senso. O enredo é a típíca fábula da princesa salva pelo cavaleiro de armadura. O que vale mesmo é a cenografia e a ambientação do filme.

     Impossível definir em que década a história se passa. Toda a fotografia do filme é noir mas com lampejos de neon e canhões de luz. Os personagens são caracterizados como jovens rebeldes no melhor estilo Marlon Brando em The Wild One, mas seus trajes e gírias transitam entre os anos 50 e 80 igualmente, criando uma juventude atípica às duas épocas. Se o filme tivesse sido gravado nos anos 50, pareceria uma visão distorcida do futuro (por exemplo, como os anos 80 viam o século XXI em Blade Runner). Mas o fato é que o filme foi gravado nos anos 80, baseado na visão que o diretor Walter Hill tinha de um bom filme na época da sua juventude, nos anos 60. Nas palavras de Walter Hill, o filme tinha que ter coisas que ele considerava importantes naquela época e que, na ocasião da produção do filme, ele ainda tinha grande afeição: "custom cars, beijos na chuva, neon, trens na noite, perseguições em alta velocidade, confusões, rock stars, motocicletas, piadas em situações difíceis, jaquetas de couro e questões de honra".

     Não é necessário ser cinéfilo para saber da importância de Walter Hill para nossa geração balzaquiana. Basta mencionar que nos anos 80 ele foi diretor de outros filmes cult como 48 Horas (aquele com o Eddie Murphy) e A Encruzilhada (aquele mesmo, Crossroads, com o Ralph Macchio), e ainda, foi produtor de clássicos como Warriors - Os Selvagens da Noite, da sequência Alien (Oitavo Passageiro, o Resgate, Alien 3, a Ressurreição e Alien Versus Predador I e II) e Histórias Insólitas. Também nos brindou entre os anos 80 e 90 com a série Contos da Cripta e mais recentemente com Deadwood. Currículo muito importante em nossa cultura, inegável.


     O enredo é bastante simples: Ellen Aim, uma estrela do pop rock, faz um show beneficente na sua pacata cidade natal, Richmond. Durante o evento, é sequestrada por uma gang de motociclistas chamada Bombers, liderada pelo sádico Raven. Fish, o produtor da cantora, por sinal também seu namorado, contrata um mercenário para regatá-la. Não sabia que o mercenário Tom Cody também foi namorado da estrela e que havia deixado a cidade após terminarem o romance. Tom Cody convoca a caminhoneira McCoy para ajudá-lo a entrar no covil dos Bombers e resgatar sua antiga namorada. Em uma sequência violenta de tiros e pancadas, consegue levá-la de volta a Richmond, com a gang em seu encalço. Na hora do acerto de contas, toda a cidade apóia o mocinho contra os selvagens de motocicletas.

     Detalhe curioso para a Kustom Kulture: a caranga que Cody dirige em boa parte do filme é um street rod Mercury 1951, conversível e com um visual bastante clean. Outros 12 Studebakers 50 e 51 foram customizados como viaturas policiais para as cenas de perseguição e destruição. Além disso, o filme contou com inúmeras choppers e bobbers, providenciadas por dois MCs de Los Angeles, The Crusaders e The Heathens, que fizeram a figuração como membros da gang Bombers.
THE BLASTERS


     Com relação à trilha sonora típica dos anos 80, merece comentário à parte a participação da banda The Blasters nessa película. Durante a invasão ao covil dos bikers-teddies-fromhell, o som está comendo solto no salão cheio de topetudos e strippers. A banda no palco é a The Blasters, que toca dois sons no filme, sendo "One Bad Stud" e "Blue Shadows".

     Segue um release que copiei do myspace da banda: "The Blasters incorpora as melhores tradições da música americana, tocando com paixão e integridade, o que  há mais de três décadas ganhou os corações e as almas dos fãs do mundo inteiro. Composta pelos membros fundadores guitarrista-vocalista Phil Alvin, o baterista Bill Bateman eo baixista John Bazz com Keith Wyatt na guitarra, ela carrega o legado duramente conquistado como uma das bandas mais reconhecidas e com credibilidade na música americana. Suas influências vão desde os tipos de George Jones e Carl Perkins até Ike Turner, Howlin 'Wolf, James Brown e Big Joe Turner, tudo se misturando em um som que ignora as fronteiras entre rock & roll, country, blues e rockabilly. "4-11-44" (Rainman Records) é o quinto álbum de estúdio dos Blasters e o mais recente, com quatorze faixas que se estendem para o legado da banda de gravações de clássicos. Liderados pela poderosa voz Phil Alvin, a banda segue com a espontaneidade, força e pegada que fazem de suas performances ao vivo experiências imperdíveis.

0 comments:

Postar um comentário

 
Powered by Blogger